Sabemos que a SOP pode trazer muitos sintomas incômodos, como excesso de pelos, ciclos menstruais irregulares, acne, alopecia, seborreia, cansaço e dificuldade em emagrecimento.

E estes sintomas geralmente acabam afetando a rotina, a alimentação, o rendimento no trabalho e até mesmo as atividades físicas, trazendo desconfortos pessoais e psicológicos.

Mas a boa notícia é que existem alguns pilares que podem ajudar muito!

Motivação

Motivação é a base do tratamento! Por isto é importante saber qual é o seu objetivo, deixando claro em sua mente o que você mais quer, o porquê e como pretende alcançá-lo.

Outras dicas são:

  • Pensar sempre nos benefícios que você terá em sua rotina, a cada evolução;
  • Ter uma frase motivacional para lembrar, sempre que necessário;
  • Pensar em por que continuar, o que vai ganhar com acompanhamento profissional e o que vai perder.

Saúde intestinal

Nossa saúde intestinal deve estar adequada, pois o tratamento da SOP começa no intestino.

Estudos mostram que há uma íntima associação entre a disbiose intestinal e as alterações patológicas que acontecem na SOP (RIGHI, et al., 2021).

Tanto a alimentação, quanto algumas medicações podem gerar disbiose, ou seja, um desequilíbrio da nossa flora intestinal.

– Oque pode gerar desequilíbrio do intestino:

  • Medicamentos (laxantes, antibióticos, corticoides);
  • Uso abusivo de álcool;
  • Estresse;
  • Alimentação com alta quantidade de açúcares ou de carboidratos simples;
  • Alto consumo de industrializados, ricos em conservantes e corantes

        artificiais;

  • Doenças intestinais (constipação, diverticulite e inflamação

por exemplo).                            

– O que ajuda a melhorar a saúde intestinal:

  • Alimentos ricos em fibras;
  • Consumo adequado de água;
  • Equilíbrio da microbiota intestinal, com proporção adequada de bactérias benéficas, o que conseguimos com uma alimentação adequada, e em alguns casos com a necessidade de suplementação de probióticos;
  • Em alguns casos é necessário diminuir alimentos de difícil digestão.
  • Em alguns casos são necessários suplementos, com prescrição profissional.

Cuidados com o estresse

O estresse gera aumento do hormônio cortisol, o que faz elevar a insulina, e consequentemente aumento dos hormônios andrógenos. Isto gera efeitos sobre o metabolismo dos carboidratos e da glicose (WALKER, 2006).

Cuidados com a saúde da tireoide

Mulheres com SOP tem mais tendência a ter alterações na tireoide, que podem trazer alguns desconfortos como ciclos menstruais irregulares e dificuldades de emagrecimento.

Resistência à insulina

A resistência à insulina pode causar aumento da fadiga, indisposição e aumento do apetite por doces, o que consequentemente aumenta o risco de diabetes, aterosclerose, gordura no fígado, acúmulo de testosterona, aumento da acne e queda de cabelo.

A relação da SOP com a resistência à insulina ocorre devido ao aumento de androgênios circulantes através da dessensibilização dos receptores de insulina e diminuição da síntese hepática dos androgênios, trazendo um do quadro de hiperandrogenismo característico da síndrome (FERNANDES, LAZZAROTTO,  2020).

– O que fazer?

  • Ter uma alimentação com menor ingestão de carboidratos simples, ou seja, alimentos refinados, como açúcar, biscoitos doces, pães

      e bolos com farinha de trigo comum;

  • Evitar excesso de adoçantes;
  • Consumir mais fibras;
  • Consumir quantidade adequada de proteínas e gorduras;
  • Fazer exercícios físicos de força;
  • Consumir alimentos que ajudem a diminuir a resistência à insulina.

Dificuldades com o peso

Quando o peso/ composição corporal está acima das recomendações, há uma piora no quadro de disbiose (desequilíbrio intestinal) e maior risco de resistência à insulina.

É importante saber:

  • A mulher com SOP tem mais dificuldade para emagrecer, mas é possível. Muitas vezes isto ocorre devido ao aumento da insulina.

O que ajuda:

  • Uma alimentação adequada em calorias, macronutrientes e micronutrientes;
  • Ingestão de carboidratos complexos, ricos em fibras e evitando os refinados, para evitar picos de glicemia e insulina.

Qualidade do sono

Criar uma rotina para um sono adequado também é fundamental para a melhora dos sintomas da SOP, como praticar a higiene do sono, onde ressalta-se a importância de realizar atividades relaxantes antes de dormir, além de evitar luz de celular e televisão, e preferir alimentos mais leves. Algumas vezes suplementos são necessários, mas necessitam de prescrição profissional.

Ansiedade e depressão

Os sintomas da SOP podem estar associados com a ocorrência de estresse emocional, ansiedade e depressão, comprometendo a qualidade de vida, sendo, portanto, importante um acompanhamento multiprofissional (MOREIRA et al., 2010).

– Como a alimentação pode AJUDAR?

  • Alimentos ricos em triptofano (banana, ovos, leite, chocolate meio amargo, amêndoas, sementes e grãos);
  • Frutas cítricas (laranja, abacaxi, mexerica, etc);
  • Folhas verdes escuras;
  • Existem suplementos, mas não consumir sem prescrição profissional.

Alimentação saudável e consciente                                      

É interessante que a alimentação seja saudável, rica em fibras e com alimentos antioxidantes e anti-inflamatórios. Alguns exemplos de alimentos chave para a SOP são: nozes, castanhas, sementes de girassol, frutas vermelhas, etc.

Além disto, é importante comer com atenção plena, ou seja, prestando atenção nos detalhes do alimento que está sendo consumido como o aroma, a textura, o sabor e a consistência, conferindo assim maior saciedade.

Referências Bibliográficas

Junqueira P.A. de A., Fonseca A.M. da, Aldrighi J.M. Síndrome dos Ovários Policísticos. Rev. Assoc. Med. Bras., Brasília, v. 49, n. 1, jan.2003.

Righi, G.M.; Oliveira, T.F. de; Bracat, M.C.P. Síndrome dos ovários policísticos e sua relação com a microbiota intestinal. Rev. Femina, São Paulo, v. 49, n.10, set. 2021.

WALKER, B. R. Cortisol-cause and cure for metabolic syndrome? Diabetic Medicine, v. 23, n. 12, p. 1281–1288, 2006.

FERNANDES, L.A., LAZZAROTTO, J. Síndrome dos Ovários Policísticos e

resistência à insulina. Rev. Renovare, v.2, 2020.

MOREIRA, S., SOARES, E., TOMAZ, G., MARANHÃO, T., AZEVEDO, G.

Síndrome dos Ovários Policísticos: Enfoque Psicossocial. Acta Med. Port., v.23, 2010.

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