Alimentos ultraprocessados e seus riscos

Atualmente a vida moderna exige muita praticidade, mas requer cuidados!

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (2004), “a alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes, mas também aos alimentos que contêm e fornecem os nutrientes”, além do modo como os alimentos são preparados, a frequência e a quantia consumidas, entre outros fatores que influenciam a saúde e a qualidade de vida da população.

Padrões alimentares estão mudando na maioria dos países, mas as principais mudanças envolvem a substituição de alimentos in natura (frutas, legumes, verduras, ovos, raízes e tubérculos) ou minimamente processados de origem vegetal (arroz, feijão, mandioca, batata, legumes e verduras) e preparações culinárias à base desses alimentos por produtos industrializados prontos para consumo (Guia Alimentar para a População Brasileira, 2004).

Os alimentos processados são produtos fabricados com a adição de sal, açúcar, óleo ou vinagre a um alimento in natura ou minimamente processado, portanto devem ser consumidos em pequenas quantidades na rotina. Alguns exemplos são: compotas de frutas, frutas cristalizadas, conserva de legumes, peixes conservados em sal ou óleo, carnes secas, pães feitos com farinha de trigo, água e sal.

Já os alimentos ultraprocessados são aqueles industrializados produzidos com substâncias “extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos usados para dotar os produtos de propriedades sensoriais atraentes)” (Guia Alimentar para a População Brasileira, 2004).

Os alimentos ultraprocessados têm em seu rótulo, na lista de ingredientes, geralmente cinco ou mais ingredientes, estando entre estes a presença de ingredientes com nomes pouco familiares como gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados, xarope de frutose, isolados proteicos, agentes de massa, espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes e realçadores de sabor.

Alguns exemplos de alimentos ultraprocessados são: guloseimas, bebidas adoçadas com açúcar ou adoçantes artificiais, pós para refrescos, embutidos e outros produtos derivados de carne e gordura animal, produtos congelados prontos para aquecer, produtos desidratados (como misturas para bolo, sopas em pó e temperos prontos), pães com adição de ingredientes como gordura vegetal hidrogenada, açúcar, amido, soro de leite, emulsificantes e outros aditivos, além da farinha de trigo, leveduras, água e sal. Deste modo, comprar um alimento processado faz automaticamente as pessoas consumirem mais açúcar, sal e gordura mesmo sem consciências das substâncias que estão sendo consumidas.

O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados colabora para o aumento da incidência de doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, diabetes, hipertensão e câncer.

Em uma pesquisa recente, realizada por pesquisadores da Universidade Sorbonne, em Paris, publicada no British Medical Journal, foi relacionado o consumo de alimentos ultraprocessados com o câncer. Os pesquisadores de Sorbonne aplicaram questionários para identificar em que consistia a alimentação dos participantes do estudo, em sua maioria mulheres de meia-idade, acompanhados pelo período de aproximadamente cinco anos. Os resultados mostraram que à medida que a proporção de alimentos ultraprocessados na dieta aumentasse 10%, a quantidade de câncer detectada aumentaria 12%.

Este é um dos diversos estudos publicados que relaciona uma doença crônica não transmissível com a dieta, demonstrando a importância dos cuidados que se deve ter com a alimentação.

Lembre-se: É possível ter uma alimentação prática e saudável!

Referências Bibliográficas:

Guia Alimentar para a População Brasileira, 2014;

Site da BBC (Brasil)