POR QUE EU COMO POUCO E NÃO EMAGREÇO?
Você já ouviu alguém falar que come pouco e não emagrece? E você, já passou por isto?
Existem muitas pessoas que comem pouco, mas não emagrecem, e isto acontece porque não são apenas as calorias ingeridas que importam, em um processo de emagrecimento.
Muitos detalhes são fundamentais para quem busca um emagrecimento saudável, começando pelos estágios motivacionais para a mudança de comportamento, que ao serem avaliados ajudam na conduta individual realizada a cada paciente.
O comportamento alimentar e os tipos de fome
O comportamento alimentar é outra causa muito importante que devemos nos atentar, quando o assunto é emagrecimento. Em um emagrecimento saudável, devemos ter esta base que nos possibilita uma relação saudável com a alimentação, sem gerar fome ou culpa.
Na abordagem comportamental, o nutricionista aplica técnicas que ajudam de maneira efetiva na mudança de hábitos, como o “Comer com atenção plena” e outros aspectos, como a escala de fome e saciedade, refletir sobre a real necessidade ou vontade de comer um alimento.
Saber diferenciar os tipos de fome é fundamental para evitar questões comportamentais alimentares.
A fome fisiológica é a fome celular, ou seja, aquela fome do organismo que precisa receber alimentos. Ela não é específica, portanto, qualquer alimento disponível e que a pessoa considere saboroso pode matar esta fome (DERAM, S. 2018).
A fome específica ou vontade está relacionada ao prazer, a vontade de sentir o gosto de um determinado alimento, às vezes como lembrança de um momento especial. Não sentimos esta vontade como algo urgente (DERAM, S. 2018).
A fome social está relacionada com situações sociais, onde comemos de maneira automática, ou seja, sem perceber, simplesmente porque o alimento está disponível. Acontece muito em festas ou encontros entre amigos e familiares (DERAM, S. 2018).
A qualidade do sono
O sono de qualidade é um fator ambiental que também está relacionado ao emagrecimento, entre eles o sono que tem sido apontado como uma importante variável, em que a alteração no tempo de dormir tem sido associada a um descontrole da ingestão alimentar e à obesidade (CRISPIM et al., 2007).
Estudos mostram que pessoas que dormem menos têm maior possibilidade de se tornarem obesos, e que o encurtamento do sono aumenta a razão grelina/ leptina, gerando o aumento do apetite e da fome. Estes fatores podem estar associados à maior ingestão calórica e ao desencadeamento da obesidade (CRISPIM et al., 2007).
O fator estresse
O estresse também influencia no emagrecimento, visto que evidências apontam que o estresse pode causar danos físicos, comportamentais e psicológicos, contribuindo para uma dieta inadequada, distúrbios do sono e obesidade. Em situação de estresse, ocorre uma mudança comportamental para um padrão alimentar mais emocional (XENAKI et al., 2018).
A inflamação do corpo
Outro fator que influencia no emagrecimento é uma associação entre estilo de vida inadequado e obesidade, a qual modifica a resposta fisiológica pelo aumento dos fatores pró-inflamatórios (adipocitocinas). Neste quesito, alimentos funcionais se destacam na prevenção e no tratamento da obesidade, como o açafrão, o azeite de oliva, a romã, entre outros (OLIVEIRA, 2020).
A microbiota intestinal
É muito importante mantermos a saúde intestinal regularizada, com funcionamento adequado do intestino, pois está relacionado ao emagrecimento. Devemos ter alguns cuidados para evitar a obstipação intestinal, como o consumo de alimentos ricos em fibras, além do consumo de líquidos na quantidade adequada para cada pessoa.
A qualidade dos alimentos consumidos
Alimentos in natura são ricos em vitaminas, minerais, compostos antioxidantes e fibras, os quais ajudam a manter o corpo em equilíbrio, tanto em questão da desinflamação, quanto a saúde intestinal.
Outro fator importante é se atentar ao excesso de alimentos industrializados, como biscoitos, sucos artificiais, bolinhos, entre outros, visto que possuem maior índice glicêmico, o que pode prejudicar na busca pelo emagrecimento saudável.
Um nutricionista pode te ajudar a conciliar todos estes fatores que contribuem para um emagrecimento saudável!
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Referências Bibliográficas:
DERAM, S. O peso das dietas. Rio de Janeiro: Sextante, 2018.
CRISPIM, C.A., et al. Relação entre Sono e Obesidade: uma Revisão da Literatura. Arq Bras Endocrinol Metab, 51/7, 2007.
XENAKI, N.; BACOPOULOU, F.; KOKKINOS, A.; NICOLAIDES, N.C.; CHROUSOS, G.P.; DARVIRI, C. Impact of a stress management program on weight loss, mental health and lifestyle in adults with obesity: a randomized controlled trial. J Mol Biochem. 2018;7(2):78-84.
OLIVEIRA, C.B.C. de. Obesidade: inflamação e compostos bioativos. J. Health Biol Sci., v.8, n1., pág.1-5, 2020.